quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson (29-08-1958 até 25-06-2009)


É muito triste ver um gênio da música ir embora. Indiscutivelmente, Michael Jackson foi um dos artistas mais importantes do século passado. Poucos conseguiram influenciar tantos, ser tão admirados e ainda renovar (e revigorar) a música pop mundial. Ainda hoje, muitos querem ser Michael. O Justin Timberlake, por exemplo, é claramente um deles. O Chris Brown e o Ne-yo Tb. Hoje muitos artistas vão para os estúdios e mal influenciam a produção do disco. O Michael não era assim. Com sua aguçada visão artística, participava ativamente da feitura de suas músicas junto com o produtor. Da união dele com o produtor Quincy Jones surgiu obras obrigatórias em qualquer cdteca básica: Off The Wall, Thriller e Bad.


E como esquecer os clipes? Tão inovadores, ousados e iconoclásticos! Moonwalk, a coreografia de Thriller, o chão se iluminando quando ele pisava de Billie Jean, Bad dirigido pelo Martin Scorsese...



Diante de tudo isso, as esquisitices ficam pequenas. O talento dele era muito maior que isso. Com ele a música negra americana continuava a carregar o brilho da Motown. E nem adiante dizer que ele ficou branco, é só ouvir os disco e você vai ver como ele não perdeu sua força.

Ele ficou tanto tempo sem trabalhar, e logo agora que só faltavam 15 dias para seu retorno aos palcos e ele estava finalizando seu novo trabalho de estúdio acontece isso? Difícil não fica revoltado com o timing do universo. Nunca saberemos o que iria acontecer nesses shows. Será que ele faria sucesso novamente? Desapontaria? Surpreenderia? Sei que irão mostrar o que ele já tinha preparado, mas isso apenas dará uma idéia do que poderia acontecer, não o que realmente aconteceria.
Tomara que o novo cd seja lançado em breve e faça jus ao talento que ele tinha. Nada mais justo que o rei, ao menos pela última vez, ocupar seu merecido trono.
"Eu não consigo para de chorar por causa da triste notícia. Eu sempre admirei Michael Jackson. O mundo perdeu um dos maiores, mas sua música viverá para sempre. Meu coração está com seus três filhos e outros membros da família. Deus os abençoe" Madonna

"Até hoje a música que criamos juntos no Off The Wall, Thiller e Bad é tocada em todas esquinas do mundo e a razão disso é que ele tinha tudo... talento, graça, profissionalismo e dedicação. Eu perdi meu irmãozinho hoje e parte da minha alma se foi com ele" Quincy Jones

*Post dedicado ao meu grande amigo – e fã número º1 do Michael Jackson – Nicácio C. Benevides.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Thiago Pethit - Fuga nº 1 e Em Outro Lugar


Thiago Pethit é um cantor e compositor paulista que merece ser mais conhecido. E para isso, nada melhor que ouvir sua nova música, lançada como single (ou seja, não está no EP que ele lançou anteriormente). Fuga nº 1, uma mistura de folk com cabaré, é levada por um lindo ukelele acompanhando a voz do Thiago e depois cresce com a entrada do glockenspiel, arranjo de metais, bateria e percussão. Música indicada para quem gosta da Elephant Gun do Beirut. Fuga nº 1 seria como uma versão mais introspectiva da música do Beirut. Ambas são lindas, guiadas pelo ukelele e discursam sobre o desejo de fugir para se libertar.





No Ep, além das influências já citadas, se percebe ecos de tango ( que ele foi estudar na Argentina).O EP traz a participação da Tiê, um dos principais nomes da nova leva de cantoras brasileiras, cantando (Essa Canção Francesa), tocando violão (Birdhouse, White Hat) e como compositora (The Souvenir Song).

Um ponto negativo do EP é o fato das canções serem escritas em português, inglês e francês. Acho irritante o fato dos artistas brasileiros sempre tratarem nossa língua com inferioridade, como se escrever em português não fosse suficiente. No entanto, isso pode ser ignorado pelo fato das letras serem boas e ele demonstrar um real conhecimento das três línguas. Até porque no fim das contas, o que realmente importa é se a música é boa ou não. E nesse caso a resposta é SIM.

Link para Fuga nº 1 e EP Em Outro Lugar (os links são do site oficial do Thiago, então pode baixar sem culpa porque o download é legal!):


http://rapidshare.com/files/195691111/EP-__EM_OUTRO_LUGAR_-_Thiago_Pethit_MP3_alta_qualidade.zip


http://rapidshare.com/files/220989105/Thiago_Pethit_-_Single_2009.zip

Regina Spektor - Laughing With (Assista!)

"Ninguém ri de Deus em um hospital, ninguém ri de Deus numa guerra...", "(...) mas Deus pode ser engraçado em um coquetel de uma festa, ouvindo uma boa piada sobre Deus ou quando os loucos dizem que Ele nos odeia e ficam tão vermelhos que você acha que eles vão sufocar". E é assim, falando sobre Deus em Laughing With, que a cantora, compositora e pianista russa (radicada nos Estados Unidos) Regina Spektor começa a divulgação de Far, seu quinto cd, que está sendo lançado hoje. Além da doce encantadora voz da Regina, essa canção possui uma daquelas lindas melodias que ela sabe criar tão bem, que ficam na sua cabeça e deixam seu dia mais interessante. O clipe já está na disputa dos melhores clipes do ano. Lúdico, original e criativo, é um daqueles clipes que não são apenas bonitos, mas que completam e representam o sentimento da música de forma muito verdadeira. Tem até o piano de nuvens que está na capa do cd. Em muitos momentos, a Regina está muito parecida com a Tori Amos.

Ela começou a ser notada quando, em 2004, abriu os shows do The Strokes (e depois do Kings of Leon e do Keane). Nessa época, ela estava trabalhando o disco Soviet Kitsch. Mas o estouro mundial aconteceu no quarto disco, chamado Begin To Hope (2006). Foi dele que saiu o irresistível single Fidelity, que fez sucesso até no Brasil. Você pode achar que não a conhece, mas tenho certeza que vai soltar um "ah!..." quando ouvir Fidelity. Essa música fez parte da trilha sonora da novela A Favorita.


Assista agora o clipe de uma das mais interessantes artistas da cena antifolk americana.

http://www.youtube.com/watch?v=rov3pV9PsRI

E quem quiser lembrar de Fidelity...

http://www.youtube.com/watch?v=SGTDRztaCCw

Caos Sonoro - parte 6 (Atualizações)


De volta para 2009!

Agora em 2009, os preços dos cds estão mais baratos em relação aos de 2 anos atrás. Finalmente as gravadoras começaram a perceber a necessidade de torná-los mais acessíveis e, conseqüentemente, mais sedutores. Eu, por exemplo, comprei o novo cd do Jason Mraz (We Sing, We Dance, We Steal Things) por R$ 20,00 reais. Se, em 2004, tive que pagar R$40,00 reais pelo So Called Caos da Alanis Morissette, esse ano comprei o MTV Unplugged, o The Colletion e o Flavors of Entanglement (que saiu em 2008) por R$ 45,00 reais apenas! Mas esses melhores preços geralmente são encontrados em megastores. Nas lojas especializadas em cds, muitas vezes, os preços continuam altos. Encontrei uma loja incrível, com um catálogo grande e interessante - e que até arruma os cds pela ordem que foram lançados(!) – onde os mesmos cds da Alanis custavam de R$ 30,00s a R$ 40,00 reais cada um! E depois dizem que não entendem porque as lojas de cd estão falindo... Claro que também existem lojas que estão batalhando e fazendo as coisas corretas, mas esse fato mostra como as mudanças ainda não foram realmente internalizadas, que tem gente que ainda não entendeu que precisa mudar e agir diferente.

A Trama novamente mostrou ousadia ao criar o “Álbum Virtual”, um site que traz (e faz) o lançamento de discos completos para download gratuito. O primeiro foi o Donkey, segundo disco do Cansei De Ser Sexy. Depois já foram lançados: Chapter 9, do Ed Motta; Artista Igual Pedreiro, estréia do Macaco Bong; Danç-êh-sá Ao Vivo, do Tom Zé; C_OMPL_TE, do Móveis Coloniais de Acaju. As obras ficam disponíveis por tempo limitado, mas no momento, só o do Tom Zé não pode mais ser baixado. Todos também estão disponíveis para venda em lojas de cd.

Para terminar, vale à pena comentar o caso Mallu Magalhães. Usando dinheiro que ganhou no seu aniversário de 15 anos, ela gravou quatro músicas em um estúdio profissional e as colocou no seu My Space. As músicas fizeram sucesso, o burburinho começou. Apesar de ter sido cortejada pelas maiores gravadoras do país, ele escolheu a liberdade de ser uma artista independente. O disco foi produzido pelo Mario Caldato Jr.(que já produziu Jack Johnson, Marcelo D2, Marisa Monte, Vanessa da Mata e Beastie Boys) e gravado com o dinheiro que ela recebeu pela liberação da música J1 para um comercial da empresa de celular Vivo. O cd saiu primeiro em celulares da mesma empresa (vinha gratuitamente em um cartão de memória de 1 Gb que acompanha alguns aparelhos e também podia ser baixado numa hotsite criado pela empresa, a R$ 1,99 cada faixa).

Sintomático, não? Mostra como as gravadoras perderam seu poder e como isso pode se percebido numa maior liberdade para os artistas. E num maior leque de opções para se produzir, financiar e divulgar música. Nem tudo é perfeito, mas ao contrário de muitas especulações, não é o fim do mundo, apenas algo novo. O Belchior já não cantava em 1976 que o novo sempre vem? Então... que seja bem vindo.

ps: existem tantas coisas ainda para falar, tantas exceções... eu sei disso. Mas espero que tenha dado para ter uma idéia de alguns pontos básicos sobre o assunto

sábado, 20 de junho de 2009

Caos Sonoro - parte 5 (Televisão e considerações finais)


A MTV em vez de dar mais espaço pra música brasileira preferiu a atitude preguiçosa de não mais passar clipes (o “M” não era de música? E agora?). O diferencial da Mtv pro You Tube (um dos culpados por essa decisão da Mtv) é que no You Tube você procurar o que quer ver. Na tv, você é apresentado as bandas. Isso poderia ser usado para incentivar o consumo da música brasileira que está sendo feito agora. O sucesso do You tube prova com as pessoas estão famintas por música.

No programa Som Brasil, da Globo, quatro artistas se apresentam seguindo um tema(um compositor diferente por programa). Nele já passaram Chico Pinheiro, Móvies Coloniais de Acaju, Mariana Aydar, Vanguard, Chicas, Orquestra Imperial, Maria Rita, Cordel de Fogo Encantado. O programa com um cenário estiloso e apresentado pela Patrícia Pillar, é exibido entre 1h30 e 2 da madrugada. Música de qualidade exibida para poucas pessoas. Enquanto isso, o Latino é quem vai para o Faustão ser visto por milhões de pessoas. Pode-se reclamar que as pessoas só gostem do que é simples e bobo se outro tipo de música não chega aos seus ouvidos? Alguém viu a Maria Bethânia cantando as músicas dos seus 2 novos cds (Pirata e Mar de Sophia) na tv? Ouviu no rádio (que só toca as músicas que as gravadoras querem - o famoso “jabá”)?

Claro que muita gente da indústria fonográfica perdeu emprego e isso não é justo (mas vale lembrar que muitas pessoas também foram empregadas por selos independentes e estúdio de gravação que surgiram), mas se o mercado muda você tem de se adaptar a ele, em vez de lutar contra o inevitável. As novas formas de vender música são válidas, mesmo com as já citadas restrições, porque demonstram que algo está sendo feito. Melhor do que ficar apenas reclamando ou colocando sistema anti-cópia nos cd’s (que sempre é quebrado em menos de uma semana por profissionais, ou seja, não evita a pirataria; só impede as pessoas que pagaram pelo cd de ouvi-ló em seus mp3 players). Mas muita coisa precisa mudar. Sozinha, a indústria fonográfica terá ainda muito mais trabalho para conseguir voltar a ter certo controle. As outras mídias precisam cooperar, fazer sua parte. O caos está presente. Toda ajuda é bem vinda.

ps:Ah! E sabe o que aconteceu depois que o Trent Reznor falou mal da gravadora que lança seus discos na Austrália? Ele contou durante um show no país que depois daquilo a gravadora passou a odiá-lo. Ele perguntou se os preços dos cd’s tinha diminuído e quando o responderam “não”, ele disse: "Agora a minha gravadora me odeia por ter dito que eles são uns ladrões gananciosos. Os preços não baixaram? Bem, vocês sabem o que isso significa: Roubem, roubem e roubem um pouco mais, dê para seus amigos e continue roubando", desabafou o líder do grupo.

ps 2: A banda inglesa Radiohead aproveitou a fato de estar sem gravadora e decidiu tentar algo novo. Em vez de se associar a algum gravadora ou distribuidora, eles colocaram o novo cd (In Rainbows) a venda em 2 formatos: mp3 (com 10 faixas) ou um Box com cd's (um com as 10 músicas que são vendidas separadamente e outro com 7 músicas inéditas), vinis e mais outras coisas. O revolucionário foi a decisão de não determinar o preço que deveria ser pago pelas mp3 (o box é vendido por 40 libras). A pessoa que for comprar é que decide quanto quer pagar! Inclusive, pode decidir não pagar nada (ou melhor, zero libra). O guitarrista da banda, Jonny Greenwood, explicou que essa atitude não tinha intenção de atacar a indústria fonográfica, apenas refletiu a vontade de lançar logo o disco (que vinha sendo trabalhado, entre idas e vindas, desde o final de 2005). Mas claro que eles esperavam fazer as pessoas refletir sobre o donwload ilegal de música. “Achei que era algo interessante pedir que as pessoas comparassem a música com todas as outras coisas a que dão valor na vida”, explicou. O mais impactante nisso tudo é que duas questões importantes foram levantadas: o grupo deixa a idéia de que não quer cobrar um preço que cd não valha (um dos mais citados motivos por quem não compra cd - os preços exagerados), e mais importante ainda é o questionamento "Nós trabalhamos por quase dois anos nesse disco. Agora você diga quanto vale a nossa arte. Se acha que não vale nada, pague isso”. Essa atitude é de fazer até quem já baixa música ilegal a muito tempo, parar para pensar sobre o assunto. A Billboard divulgou que pagaram, em média, 5 libras (em torno de R$ 18 reais) pelo In Rainbows (dinheiro que foi todo pra banda, já que eles não estão ligados a nenhuma gravadora). Ironicamente, no primeiro dia, o Box foi mais vendido que o disco em mp3.

obs: novamente, a matéria foi escrita em 2007. A postura da Mtv já foi modificado (ela já voltou a exibir clipes) e hoje há uma maior presença de música brasileira no canal.

Caos Sonoro - parte 4 (Mp3's)




Quando se fala de música hoje em dia, o nome responsável pelas maiores mudanças é mp3. Sua fácil manipulação e distribuição (junto com os quase profissionais softwares que também podem ser encontrados na Net - O Garage Band da Apple, por exemplo, é grátis) fez com que qualquer banda possa mostrar seu trabalho sem precisar da ajuda de uma gravadora. A banda pernambucana Mombojó não somente ainda tem seu primeiro disco pra donwload no site da banda (ele foi lançado na revista Outra Coisa), mas também colocou o segundo álbum (lançado pela Trama) porque sabe que as pessoas que compram cd, fazem isso mesmo encontrando-o na internet, e as que não compram pelo menos criarão uma ligação com a banda. As bandas emo NX Zero e Fresno, por exemplo, conseguiram o contrato com a Arsenal/Universal depois de terem se tornado fenômenos na internet. Muitas bandas têm percorrido esse mesmo caminho. As gravadoras ainda são importantes, pois conseguem levar as músicas a muitos lugares e de forma mais fácil, mas a cena independente vem se tornando muito forte e importante. A liberdade da independência tem atraído até grandes nomes que ou preferem não se associar a uma major (Calipso), ou que voltaram a cena independente sem trauma (Pato Fu, Djavan, Luciana Mello).

A Trama criou o Trama Virtual (site onde bandas alternativas podem mostrar seu som de forma gratuita) em 2004 e desde o mês de julho desse ano, as bandas começaram a receber pelas músicas baixadas. Os downloads continuam gratuitos (só é necessário fazer um cadastro), empresas privadas é que cedem uma verba mensal a ser dividida entre todos os downloads realizados durante o período. Iniciativa original e digna de parabenizações.



O grande número de downloads ilegais reflete o grande interesse dessa geração por música. Eles vão procurar na internet o que há de novo, porque isso não chega aos seus ouvidos pelos meios tradicionais (rádio e tv). Veja a lista de indicando ao VMB - o prêmio de música anual da MTV. Se você compara-ló com o dos ultimo 3 anos, vai ver como pouca coisa mudou. Ok, a Pitty é talentosa, mas ela não precisa se apresentar em TODO VMB! A questão é que não há novas Pitty’s pra se apresentar (em relação à popularidade, não a talento). Enquanto o maravilhoso disco homônimo da Céu foi lançado em vários países (como EUA - onde alcançou a 57º colocação na lista Hot 100 da Billboard e o primeiro lugar nas listas "Heatseekers (new artist)" e "World Music”, além de indicações ao Grammy e Grammy Latino - e França, onde o disco foi lançado 1 mês antes do que no Brasil) e já inclusive teve músicas usadas em 2 seriados americanos (Studio 60, nova série do Matthew Perry, o Chandler de Friends;e Californication, no quarto episódio da nova séria do David Duchovny, o eterno agente Mulder de Arquivo X, tocou “Lenda”), o grande publico brasileiro desconhece a talentosa cantora e compositora (indicada no VMB como revelação esse ano, 2007, apesar do disco ter saído de forma independente em 2005 e pela Warner em 2006...). Na Inglaterra as pessoas sabem quem é Amy Winehouse, Corinne Bailey Rae, Klaxons e James Morrison (todos artistas lançados nos últimos 3 anos). Aqui, as pessoas desconhecem a Céu, Roberta Sá, Orquestra Imperial, Rockz, Rebeca Matta e Kátia B, mesmo esses tendo lançados grandes discos nos últimos 3 anos.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Caos Sonoro - parte 3 (Venda legalizada de Mp3)


Os sites que vendem música vêm surgindo. Os preços já diminuíram um pouco, mas ainda continuam muito altos. No Uol Megastore as faixas custam em média de R$1,89 a R$ 2,49. No Baixa Hits a média é R$ 2,49. Mas existem exceções. O (lindo) novo cd do Pato Fu (Daqui Pro Futuro) é vendido por 9,99 reais ou R$ 0,99 centavos por faixas (12, no total). A banda desde que voltou a ser independente e pode controlar os preços dos seus produtos, se esforça pra colocar preços bem justos. O disco anterior (cd físico, não mp3) ”Toda Cura pra Todo Mal” deveria ser vendido por R$ 20 reais, mas a Fernanda Takai, vocalista da banda, avisou aos fãs que em alguns lugares ele estava sendo vendido por R$ 40 reais - o dobro do indicado (novamente, quem é honesto paga caro por isso...).

O disco “Sus Primeras Grabaciones 1992-1994” do Jorge Drexler custa R$ 48,90 no Uol Megastore ,mas por que pagar por isso em mp3 se você encontra e pode comprar o cd físico por 35,90 em lojas da internet? Muitos cd’s em lojas virtuais custam o mesmo preço (ou até preços maiores, com no caso citado) do que os cd’s vendidos nas lojas. Mas como isso é possível se você não recebe o cd, não recebe o encarte, nem a embalagem plástica, e não há o custo do plástico protetor e nem do transporte? Como eles querem convencer essa nova geração a pagar por mp3 cobrando um preço tão descaradamente abusivo?

(Uma coisa tem de ser dita: a página inicial do Uol megastore em vez chamar atenção pra artistas óbvios, traz muitos nomes responsáveis pela boa música brasileira atual. Exemplos de quem está lá? Thalma de Freitas, Céu, Mariana Aydar, Chico Pinheiro, Beto Villares, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Orquestra imperial).
obs: esses preços e informações foram os encontrados em 2007, não corresponde aos atuais.

Caos Sonoro - parte 2 (A Reação - Musicpac, Cd Zero e mais)




Depois de muitos anos de apatia e passividade, o mercado fonográfico tenta uma reação. A Universal aposta no Musicpac. Nesse formato, os cds vêm em uma embalagem mais barata, de papelão e sem o encarte (que pode ser baixado no site da gravadora). Com isso, os preços dos cds nacionais ficam em R$10,90 e os internacionais R$14,90. O problema do Musicpac é que quando uma pessoa compra um cd, quer mais do que depositar o dinheiro na conta da gravadora (vale lembrar que apenas uma parte minúscula desse dinheiro vai pro artista-que realmente ganha dinheiro com os shows. Os cariocas do Moptop, por exemplo, ganham apenas R$1,00 por cd vendido - o cd deles custa em média R$ 25,00). A atração da compra de um álbum envolve toda uma experiência áudio-visual : ouvir o trabalho, acompanhando as letras,a ficha técnica e as fotos. E eles querem que os consumidores acreditem que a produção do encarte e o capa plástica custem tanto que a sua não produção faz o preço do cd custar metade – ou menos - do que custava?

A Sony/BMG lançou o Cd Zero (o primeiro disco a ser lançado nesse formato foi o “Sim”, da Vanessa da Mata- um dos melhores cd’s ano). O cd zero é um disco com cinco das músicas do trabalho em questão, vendido por R$9,90. Seria muito mais interessante voltar a lançar singles (cds com 3 músicas) por R$5,00 reais. Os singles geralmente vem com a música de trabalho mais 2 músicas do cd que podem vir em versões acústicas ou ao vivo, ou ate músicas que não entraram no cd. Além de ser uma ótima forma de entrar em contato com o que você não conhece, os singles trazem outro ponto interessante para as gravadoras: os fãs geralmente compram todos os singles dos artistas que gostam (Imagine quanto dinheiro uma música-chiclete com Festa na Apê , do Latino faria...). O problema do Cd Zero é que você pega R$ 10 reais por 5 músicas e se gostar vai ter que pagar mais R$ 30 pelo cd inteiro (para ter muitas músicas que você já tem - num cd de 12 faixas, 5 corresponde a 40% do total).

Melhor tem feito a Deck ao investir em opções mais interessantes. O Dual Disc (cd dupla face, onde uma é um cd e a outra é um dvd) é uma delas (importante deixar claro que não somente a Deck tem lançado nesse formato). Sabendo que muitas pessoas compram os 2 produtos, oferecê-los juntos, e por isso com o preço menor, é uma ótima idéia. Outra boa opção é lançar os discos em pen drives. Lá fora o “Icky Thump” do White Stripes e o relançamento do “Exodus” do Bob Marley and The Wailers foram lançados também nesse formato. Além de serem úteis para outras funções,o fato de serem personalizados chama a atenção dos fãs. O disco ao vivo da Pitty, (Des)Concerto Ao Vivo, vai ser lançado nesse formato em breve pela Deck.


Caos Sonoro - parte 1



Em 2007, um amigo tinha decidido criar um site e me pediu para escrever algo sobre o mercado fonográfico brasileiro e mundial e todas as mudanças que se instalaram. O site não foi feito, mas a matéria, sim. Então vou postar aqui minhas impressões sobre o assunto e no fim vou complementar com algumas atualizações necessárias em razão de mudanças que ocorreram.


O caminho geralmente é o mesmo: o produto começa a vender mais, a produção em massa possibilita a queda no preço (pois reduz os custos de fabricação) e isso se transformar em mais um motivo que ajuda a popularização do produto. Foi assim com os carros, rádios, televisores, computadores pessoais... mas não com os cd’s no Brasil. Quando lançados no Brasil, custavam em média R$15,00-R$ 20,00 reais. Hoje a média é R$ 30,00-R$ 40,00 reais. Ou seja, os preços médios praticamente dobraram. Isso aconteceu porque aumentar os preços foi por muito tempo a única ação das gravadoras pra enfrentar a pirataria e os downloads ilegais. Com essa atitude de fazer quem é honesto pagar mais para contrabalancear o fato de que as vendas caiam, cada vez mais pessoas param de comprar cds de forma legal. Não que esse tipo de pensamento seja exclusivo do Brasil, o Trent Teznor (vocalista do Nine Inch Nails) fez críticas públicas sobre o preço do Year Zero (novo cd do NIN) na Austrália. Ele estranhou a diferença significativa do preço do cd do NIN em comparação ao “The Best Damn Thing” da Avril Lavigne (que tinha sido lançado na mesma época do Year Zero). Ele escreveu no site do NIN: "Year Zero [o último álbum da banda, recém lançado] está sendo vendido por 30 dólares na Austrália. Faz sentido as pessoas roubarem música. O disco da Avril Lavigne na mesma loja custava 18 dólares. Quando eu perguntei à gravadora o motivo, eles disseram: 'É porque sabemos que você tem um público fiel que vai pagar o preço que for pelo que você lançar. Você sabe fãs de verdade'. Então, acho que a recompensa por ser um 'fã de verdade' é você ser lesado”. O caso brasileiro é bem mais complicado já que não houve apenas um aumento em um cd,mas sim,a quase duplicação dos preços dos cd’s, em geral.

As majors (as grandes gravadoras) em vez de tentar trazer de volta as pessoas que pararam de comprar, puniram as que ainda faziam. Em vez de seduzir, só criticavam as pessoas que tinha acesso às músicas de forma não legais. Nunca houve um mea culpa ou uma transformação de forma ativa. Algo prescisa ser feito. A banda Calipso (um dos maiores nomes da música brasileira no momento - mas nem de longe uma das melhores), por exemplo, prefere lançar seus produtos de forma independente. Por não serem ligados a nenhuma gravadora, podem oferecer seus cd’s e dvd’s a preços mais justos. Isso com certeza é um dos fatores que ajudaram a banda a se transformar em uma das que mais vende em todo país. Isso prova que quando se oferece um produto com preço justo, as compras acontecem. Muitos lançamentos alem de caros, não investem no encarte. O cd Volta da Bjork, que lá fora tem um encarte onde a letra de cada música ocupam um página inteira, foi lançando na América Latina numa versão onde o encarte é apenas em retângulo dobrado ao meio, tendo apenas a capa, a contracapa e todas as letras e ficha técnicas espremidas em 4 páginas. O Fisherman’s Woman da Emiliana Torrini também recebeu esse tratamento, mas foi ainda pior porque todas as letras foram retiradas do encarte.




quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ágætis byrjun *

Olá! Sejam bem vindos ao "Somos Arranjos Temporários". Depois de tanto tempo usando comentários em outros blogs para falar o que penso, decidir que era a hora de criar um lar para mim. Espero que ele seja divertido e interessante, e que outras pessoas (vocês) possam ser modificadas por ele e modificadoras de mim e minhas opiniões.
ps: o nome do blog vem de uma música que é uma das minhas 3 preferidas de uma artista que admiro completamente.Estou falando da Alanis Morissette e da música No Pressure Over Capuccino, que está no MTV Unplugged.

(...)You will learn to lose everything we are temporary arrangements
(Você aprenderá a perder todas as coisas, nós somos arranjos temporários)

* Ágætis byrjun significa "Um Bom Começo", em islandês, e é o nome do segundo disco do Sigur Rós
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